MP promove evento para discutir atenção primária à saúde na Bahia

Redator: Milena Miranda DRT Ba 2510

O Ministério Público estadual promoveu na manhã desta sexta-feira, dia 25, o ‘Fórum de Atenção Primária à Saúde’ para discutir o cenário atual, as principais dificuldades e estratégias enfrentadas pelos municípios baianos na Atenção Primária à Saúde (APS), que é a porta de entrada dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS). A APS compreende o conjunto de ações de saúde que envolvem a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado, realizado por equipe multiprofissional. A promotora de Justiça Patrícia Medrado, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde (Cesau), destacou a importância do evento ao promover o diálogo entre os órgãos na busca pela melhoria da Atenção Primária à Saúde. “É essencial que tenhamos a exata percepção da saúde nos municípios baianos para fazermos encaminhamentos seguros para a melhoria da atenção básica”, destacou. Ela dividiu a mesa de abertura com os promotores de Justiça Tiago Quadros, coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf); e os gerentes do programa ‘Saúde + Educação – Transformando o novo milênio’ Thiago Cerqueira e Rosa Patrícia Salgado Atanázio. 

A programação foi aberta com uma palestra sobre ‘Organização da atenção básica: diagnóstico e indicadores dos municípios no Estado da Bahia’, que foi ministrada por Elisa Carvalho, assessora da Diretoria de Atenção Básica (DAB), órgão ligado à Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). “A Bahia foi um dos estados que mais expandiu a saúde da família no país. Fizemos um acolhimento pedagógico para equipes de saúde da família, onde tivemos 390 municípios inscritos com 3.488 equipes de saúde da família, que resultou na formação de facilitadores em mais de 80% das cidades baianas”, afirmou. Ela destacou outro avanço na área com o maior uso de tecnologias de informação e comunicação em saúde, além da implantação em 168 municípios do serviço de telediagnóstico em cardiologia. “Nossa premissa é o SUS de qualidade para todos, mas ainda temos alguns problemas como a precarização dos vínculos, já que a maior parte dos profissionais da saúde da família possuem vínculos precários com os municípios, além do desafio de conseguirmos compatibilizar a expansão da cobertura com a qualidade na atenção”. 

A secretária municipal de saúde do Município de Terra Nova, Jacqueline Silva do Bomfim, que também é diretora financeira do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), falou sobre as ‘Dificuldades e estratégias de enfrentamento da saúde nos municípios’. Ela apresentou os resultados de uma escuta feita em maio deste ano – Escuta APS 2022, que buscou descobrir a dinâmica dos serviços de atenção básica à saúde e suas reais necessidades para o atendimento à população. Entre os principais problemas detectados estão a falta de médicos; necessidade de investimento no serviço de telessaúde e nos equipamentos para telediagnóstico; a necessidade de mais profissionais da área de saúde mental como psicólogos e assistentes sociais; e a readequação e reforma das sedes das unidades básicas de saúde, dentre outros. 

“Além disso, as equipes estão sobrecarregadas, com muitas responsabilidades e metas para atingir”, destacou Jacqueline Silva. Ela complementou que cerca de 500 pessoas participaram dessa escuta em mais de 60% dos municípios baianos e que esses resultados estão servindo para orientar as ações do Cosems na Bahia. Na ocasião, a promotora de Justiça Patrícia Medrado ressaltou que o MP está atento às demandas na área de saúde nos 417 municípios. “Não hesitem em nos procurar para dialogar as questões relacionadas à atenção primária à saúde”, ressaltou.

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