MP promove curso de aperfeiçoamento em educação

Redator: Milena Miranda DRT Ba 2510

Programação é aberta com palestra do jornalista Antonio Correia de Melo Goes sobre os avanços e retrocessos da educação no Brasil 

O Ministério Público estadual iniciou na manhã desta segunda-feira, dia 30, um curso de aperfeiçoamento em educação com a participação de promotores de Justiça e servidores da Instituição. A programação foi aberta com a palestra ‘Educação no Brasil: avanços e retrocessos’, que foi ministrada pelo jornalista e colunista do jornal O Globo, Antônio Correia de Melo Goes. “O MP está unido com os órgãos de segurança pública no combate aos índices de criminalidade que assolam nosso Estado. E para fortalecer a segurança pública, o melhor caminho é trabalhar a educação de qualidade para todos, além de fortalecer a atuação dos promotores de Justiça que atuam na área de educação”, destacou a procuradora-geral de Justiça Norma Cavalcanti. Ela dividiu a mesa de abertura com os promotores de Justiça Pedro Maia, chefe de gabinete; Adalvo Dourado, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Educação (Ceduc); e Tiago Quadros, coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf).

“Com esse curso, o MP trará novos tempos para a educação em nosso Estado. Nesses últimos anos, conseguimos quase que universalizar os Conselhos de Educação no Estado da Bahia, e isso é muito importante para o controle social. Sabemos que temos um caminho longo pela frente, pois a educação que acreditamos é inclusiva e equitativa”, ressaltou a coordenadora da UNCME Bahia, Gilvânia Nascimento, que participou da abertura por meio de videoconferência. Para o chefe de gabinete do MP, Pedro Maia, a parceria com UNCME e o Poder Público nas esferas municipal e estadual “é fundamental para que a gente possa avançar nessa área tão essencial como a educação”. O promotor de Justiça Adalvo Dourado ressaltou a importância do curso e reafirmou o compromisso do MP em atuar em parceria com órgãos como a UNCME Bahia e a Secretaria Estadual de Educação. “Um dos pilares desse treinamento foi trabalhar com a inclusão dos nossos parceiros, pois acreditamos na educação de qualidade e inclusiva para todos”.  A programação incluiu também uma apresentação da proposta do curso, feita pelo analista técnico de pedagogia do MP, José Sérgio Gomes; e uma apresentação do módulo do curso, realizada pela professora e doutora e educação, Cláudia Paranhos.

O jornalista Antonio Correia de Melo Goes falou sobre o atraso educacional no país e o impacto nas políticas públicas do presente. Ele abriu a palestra apresentando um manifesto de 1822 feito por Dom Pedro I, que declarava que seria transmitida a toda nação brasileira  uma educação liberal, e que infelizmente, até hoje, cerca de 200 anos depois, a promessa segue inconclusa. “Nessa época circulava a ideia bastante revolucionária de que era preciso ter uma educação pública financiada por impostos. No entanto a educação não floresceu de maneira tão vigorosa no Brasil como em outros países. Enquanto no início do século 19 os Estados Unidos já tinham 50% das crianças na escola, nós só vamos alcançar esse patamar na segunda metade do século 20”, afirmou. Ele citou a escravidão como um dos fatores para o atraso educacional e a resistência das elites em financiar a educação pública.

“A visão que permeou toda a educação brasileira no passado era segregar. Havia um sistema declaradamente desigual”, destacou o jornalista. Ele falou ainda que na década de 60 o Brasil tinha uma altíssima evasão escolar. “Era uma exclusão tão absurda, um sistema que abusou do expediente da repetência sem que isso resultasse em mais qualidade. Era uma grande máquina de exclusão em massa que abusou da repetência”. Ainda nesse aspecto da exclusão, o jornalista citou que em 1985, apenas 14% dos jovens de 15 a 17 anos estavam matriculados no que hoje chamamos de Ensino Médio, já atualmente são 75%. Além disso, em 1989, só 5% das crianças de 0 a 3 anos estavam em creches, e hoje são 37%. “Além dos benefícios escolares dos pequenos, existem todos os aspectos de aumento de empregabilidade e renda, especialmente por parte das mães que precisam deixar seus filhos na creche para trabalhar”, destacou. Antonio Correia de Melo Goes ressaltou que é paralisante a mensagem que nada presta no sistema educacional brasileiro. “Igualmente paralisante é dizer que tudo é perfeito. Mas o fato é que tivemos avanços e precisamos saber comunicar melhor a opinião pública”.

Credito das fotos: Sérgio Figueiredo

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